A Solitude que Se Desfez: O Vazio que Só Ela Pode Preencher

Por muito tempo, a solitude foi meu refúgio. Acostumei-me ao silêncio das minhas próprias reflexões, à liberdade de não precisar dividir meus dias com ninguém além de mim mesmo. Para mim, isso sempre foi uma escolha, não uma imposição. Criei um mundo onde a ausência de vínculos profundos parecia uma vantagem, um espaço seguro onde eu poderia existir sem as turbulências emocionais que acompanham o amor e o desejo.

Entretanto, algo mudou. Ou, talvez, alguém tenha mudado isso. Ela apareceu de maneira sutil, sem alarde, sem promessas. Uma mulher encantadora, de olhos azuis e cabelo loiro, que sem esforço algum começou a desarmar minhas certezas. No começo, era apenas um brilho diferente nos dias, um calor inesperado no peito. Mas agora, há um vazio crescendo dentro de mim, um espaço que antes eu preenchia com minha própria presença e que, agora, pede por ela.

A solitude, que antes fazia todo o sentido, já não se encaixa tão bem. O silêncio já não é tão confortável quando sei que poderia estar ouvindo sua voz. A liberdade, antes doce, agora parece ser apenas um conceito abstrato, pois ser livre ao lado dela soa como uma perspectiva muito mais encantadora. O que antes era um mundo completo por si só, agora parece incompleto sem a presença dessa mulher que, sem pedir licença, trouxe luz para minhas sombras.

Agora, vejo-me diante de uma encruzilhada que nunca imaginei precisar atravessar. Devo continuar no caminho conhecido da solitude, onde tudo é previsível e seguro? Ou devo me permitir perder o controle, entregar-me ao desconhecido, ao risco de amar e ser amado?

Não sei se há uma resposta certa. Como posso seguir pelo caminho da solitude quando meu mundo acaba de ruir? A solitude não é solidão, mas como sustentá-la quando o vazio cresce, exigindo algo que só os sentimentos de uma mulher podem preencher? Como chamá-la de escolha quando a ausência se impõe, pedindo por alguém único?

Só sei que, pela primeira vez em muito tempo, sinto a solidão de verdade. Sinto falta de uma companheira. Um vazio que cresce, teimoso, e que só pode ser preenchido por alguém singular: por uma bruxa linda, de olhos azuis, doce e gentil.

A Solitude que Se Desfez, reflexão